terça-feira, 16 de agosto de 2011

Não quero ser mãe



Da infância lembro das bonecas, sempre com cara de bebê,muitas fraldas, xixi e peniquinhos.
Das aulas de biologia lembro do ciclo da vida: nascer, crescer, reproduzir e morrer.

E daí que alguns tomaram isso a risca. Como se reproduzir não fosse uma decisão consciente, direito ou simples opção, mas obrigação biológica. Plante uma árvore, escreva um livro e tenha um filho! Perpetue-se!

E acontece que quando vcoê decide não seguir o tal ciclo natural dos seres vivos e pula a parte do colocar na mundo um pequeno legado dos seus gens, parece ter tomado uma decisão moralmente condenável. Tem que ter algo de errado com você!

Se você for mulher, além da incompreensão pela falta de instinto maternal, esse tremendo embuste que enfiaram goela abaixo de nós, será observada como potencial psicopata. Óbvio. Como ousa não querer um pirralho choroso agarrado as suas pernas? Não sabe que essa é a mais nobre missão feminina?
 
E daí que eu nunca senti esse tal instinto maternal. Nunca enfiei travesseiros embaixo da roupa ou sonhei com bebês de bochechas rosadas. Também preferia minhas Suzys [no meu tempo Barbie não era moda] e devo ter sido a única menina da escola que não pediu o Meu Bebê da Estrela como presente de Natal.

E quase sempre escuto a mesma pergunta quando digo que não quis/quero ter filhos: mas porque você não gosta de crianças?

Você não gosta de ursos polares? Planeja afogá-los em alguma poça dágua perto de casa? Acha que deviam ser mortos por caçadores? Não? Então porque nunca pensou em ter um só para você e ser responsável por alimentar, cuidar e proteger por...hum, sei lá, 25 anos?

Não odeio crianças. Trabalho com elas, acho a lógica infantil pré escolar uma das coisas mais divertidas do mundo [e profundamente racional], mas não tenho nenhum desejo de perpetuar a espécie e ser responsável por uma durante 18-25 anos. O tal instinto maternal deu #epicfail aqui.

Reprodução é um direito, não a obrigação primordial da vida humana.


1 comentários:

Juliana Freitas disse...

Eu acho que você tá mais que certa!

A maternidade não é tarefa fácil, e nem só feita de alegria, como dizem os livros. Pra ser boa mãe é necessário, primeiro de tudo, querer ser mãe, querer abrir mãos de algumas coisas e ganhar outras, querer dividir boa parte da sua vida com um cotoquinho que vai te solicitar o tempo inteiro, e depois saber deixar voar (creio que seja esta a parte mais difícil).

Quantas mulheres não engravidaram sem a menor vontade, apenas para satisfazer os que a cobravam um filho? Eu conheço muitas, e sei que se elas pudessem voltar no tempo, por mais que amem seus filhos, elas teriam feito diferente.

Se você me perguntar, eu digo que ser mãe, PARA MIM, é a melhor coisa do mundo, o que não significa que seria igual pra você.

Dou a maior força. Não quer ser mãe, não seja. E se daqui uns anos você achar que quer, dou a maior força também. É a sua vida, são as suas escolhas, e isso é 'problema' único e exclusivamente seu! ;)

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